quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Eles estão descontrolados!

Leitores do meu Brasil, vocês não fazem idéia do que o começo do outono fez com os esquilos! Antes eles ficavam ali roendo umas nozinhas, brincando, subindo e descendo das árvores. Tudo bem, eles sempre me pareceram um pouco agitados demais, tipo ligados no 220. Mas agora eles tão iguais ao Scratch (o esquilo da Era do Gelo)! Tremem, olham mil vezes pra todos os lados, correm muito, cavam, fuçam o tempo todo, é muito engraçado de ver. Eles saem correndo, aí param no meio do caminho, olham pros lados, aí continuam correndo mais um pouquinho, param de novo, olham pros lados e continuam. Bizarro. Às vezes um pula na janela do CNL e quase me mata do coração. Tem acontecido mais de uma vez por dia ultimamente.

Mas a melhor aconteceu ontem. Eu tava indo em direção ao Marie Mount e resolvi cortar caminho pela grama. Mais adiante, na minha frente, tinha um esquilo parado de costas pra mim com uma noz na boca. Continuei andando e acho que o pobre do bichinho tava distraído e não viu que tinha alguém vindo. Ele só se deu conta quando eu tava em cima dele, e aí foi um deus-nos-acuda: o bichinho deu um pulo, um gritinho (um guincho, na verdade, mas muito alto e agudo, parecia gritinho de bebê) e saiu em desabalada carreira em direção à árvore mais próxima, gritando muito ao longo do caminho. Aí ele chegou perto de uma árvore e deitou em cima da raiz, com a bundinha pra cima grudada na árvore e a cabeça pra baixo, com a noz na boca e muito ofegante. Ficou imóvel até eu passar. Acho que ouvi até um suspiro de alívio quando terminei de passar.

Porque eu sou uma predadora natural dos esquilos. Vocês sabem.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Nota social

Feliz aniversário pro pai que é só meu!







Agora na exclusiva versão Conselheiro do Grêmio!

sábado, 25 de setembro de 2010

Alexandria

Sábado passado fomos pra Alexandria, cidade mega-hiper-ultra histórica no estado da Virginia. Por que só estou falando disso hoje? Porque não tive tempo de postar antes, oras!

Primeiro comentário: dá pra chegar lá de metrô. Sim, o mesmo metrô que passa aqui em Maryland passa em DC e vai até a Virginia. É quase como se desse pra ir de metrô de Passo Fundo até Cascavel. Com o cartão Smartrip, que é um cartão de passagem tipo o bilhete único de São Paulo ou o TRI de Porto Alegre, a viagem toda custa US$3,25: um ônibus e duas linhas de metrô. Mas é interestadual. Muito bom!

Segundo comentário: fez um dia absolutamente lindo! Tivemos muita sorte: sol, mas nada de calorão, tava até friozinho quando saímos de casa (10ºC às dez pras 8 da manhã). Chegamos em Alexandria por volta das nove da manhã. O metrô te deixa na King Street e aí é só seguir por ela até chegar no rio. No meio do caminho fica todo o centro histórico.

King Street e o metrô ali atrás

Como tava friozinho e tal, resolvemos parar pra tomar um café numa cafeteria local, mesmo sabendo que o resultado não seria dos melhores. De fato, o café era uma caca, mais fraco que uma pulga subnutrida. Mas o lugar era bem bonitinho:


Continuamos andando em direção ao rio. A cidade é encantadora, realmente muito charmosa: muitas lojinhas de arte e decoração, muitas lojas de livros usados, muitas fachadas bonitas:


Quinze quadras depois, chegamos no centro histórico. Nossa primeira parada foi o centro de visitantes, onde tem tudo quanto é tipo de informação pros turistas. Pegamos uns mapas, prospectos de passeios dentro e fora da cidade (por exemplo, a casa do George Washington em Mount Vernon) e aproveitamos pra fotografar a própria casa, que é um imóvel histórico:

Fachada da casa Ramsay - 1749

Eu na varanda da casa...

... e no jardim

Super evento da cidade: dia internacional de falar como um pirata. Ia acontecer no dia seguinte.

Saímos lá de dentro com quatrocentos mil papéis e rumamos até a antiga fábrica de torpedos, que agora é um grande ateliê de arte de frente pro rio.

É um megaprédio!

Como vocês podem constatar

Ruim, né?

"calçadão" de Alexandria

Dentro do prédio tem um "museu" de arqueologia muito pequeno e três andares de estandes de artistas de todos os tipos (até um de pintura em seda muito impressionante, mãe).


Andando lá por dentro nos deparamos também com isso:

A máquina de refrigerante mais antiga do mundo

Na verdade tem mais de uma espalhada pelo prédio. Nós paramos numa outra que tinha ginger ale. Tudo por um dólar. Sapequei um dólar e saí feliz com uma ginger ale geladinha. Já o baiano decidiu que ia gastar as moedas, o que nos fez ficar em volta da máquina uns dez minutos enfiando pennies (moedas de 1 centavo) pra pegar o refrigerante. Não posso falar por ele, mas o meu valeu a pena:

I ❤ ginger ale

Saímos da fábrica de torpedos e nos metemos a andar pela beira do rio. Tem um monte de atracadouros e é muito gostoso ficar lagarteando no sol.

Pezinho no Potomac

Avião descendo...

...porque o aeroporto é logo ali

Sim, o Aeroporto Nacional Ronald Reagan é pertíssimo dali. A gente inclusive passou por ele na ida, com o metrô, mas foi impossível tirar fotos :(

Ali do outro lado do rio é Washington. Aquela coisa branca lá no fundo é o Capitólio!


Parece o Brooklyn. Ah, Brooklyn...

Praça central da cidade

Torre da prefeitura. Sim, o prédio é grande demais pra caber numa foto. Sim, eu deitei no chão pra bater essa foto

Paramos no nosso primeiro museu do dia: a Gadsby Tavern. Era uma taverna que depois ganhou um hotel anexo. Dizem que lá esteve o George Washington comendo, e também outros presidentes americanos e personalidades históricas da época. É bem legal a forma como eles conservam tudo, tem objetos da época e simulações em resina do que se comia na época, como se comia, como eram as camas, etc. Por exemplo, na época em que só existia a taverna, o dono tinha quartos pra alugar no andar de cima. Cada quarto tinha duas camas com armação de madeira, estrado de corda e colchão de palha. E diz a guia que em cada cama dessas, certamente menores do que uma cama de casal de hoje em dia, dormiam até
cinco homens. De botas, por medo de roubarem as botas. Os outros que fossem chegando podiam dormir no chão, então um quarto daqueles acomodava até quinze, dezesseis pessoas. Obviamente não tinha banheiro e ninguém lavava os lençóis. Ecaaaaa!


O prédio menor era a taverna e o maior, da esquina, o hotel

Da taverna fomos... almoçar num pub irlandês, pra manter o clima. Na verdade não fazíamos idéia de onde almoçar, aí vimos esse pub, paramos pra olhar o cardápio (sempre tem um cardápio na rua pras pessoas olharem antes de entrar) e um cara que tava passando perguntou se a gente nunca tinha comido lá e disse que era bom e valia a pena. Aí entramos. E descobrimos um pub de outro mundo. Enorme, cheio de decoração típica irlandesa E americana, milhões de fotos do dono do pub, velhinho, ao lado de várias celebridades e figuras públicas importantes dos Estados Unidos, da Irlanda e até o Papa. No som, uma musiquinha irlandesa muito parecida com música do Tirol. Foi divertido.

Algumas das fotos nas paredes

Meu almoço: torta de carne com legumes e purê de batatas. Delicioso!

Depois do almoço entramos por uma ruazinha e nos deparamos com umas casas históricas muito legais.

Prestem atenção: o sobradão é de madeira!

E esse também

E tem uma lâmpada externa de querosene!

De lá fomos pro Apothecary Museum. Tenho que confessar: depois da beira do rio, esse é o meu lugar preferido! É uma farmácia muito antiga, foi aberta em 1792 e fechou em 1933, por causa da crise de 1929. E os donos simplesmente fecharam as portas e deixaram tudo lá dentro: frascos de remédios e ingredientes, móveis, tudo. Então dá pra ver perfeitamente como era a loja, como os caras "montavam" os remédios na hora pro cliente, e como depois de um tempo produziam os medicamentos pra vender em filiais em outros estados.


Eles também vendiam produtos manufaturados por outras empresas, como óculos, mamadeiras...

E Vick Vaporub - vocês sabiam que Vick é velho desse jeito?



Que legal!

Tá, tá, chega de foto e vamo vê o resto...

No andar de cima tem todas as matérias-primas em gavetinhas...

Caixinhas...

E a mesa de trabalho com os fazedores de rótulos, cortadores de rolhas, formas de comprimidos...

Saindo dali fomos na Carlyle House, que é a casa mais importante da cidade. O Carlyle era um britânico que veio pros Estados Unidos tentar a vida e ficou rico. A casa dele é, ora pasmem, um museu!


Interessante que até trinta anos atrás essa casa tava completamente destruída e invadida por famílias que moravam aí mesmo sem ter eletricidade, esgoto ou água encanada. A prefeitura retomou a casa e tá restaurando e montando como seria a casa do Carlyle. Muito bacana. Quando foi construída, a casa era de frente pro rio; agora tem várias coisas entre a casa e o rio, mas o jardim na parte de trás da casa é lindo de morrer e sempre tem casamentos lá, inclusive nesse dia.

Jardim atrás da Carlyle House

Muito lindo!

Tchan!

Tchan!

Tá, sério agora...

Buenas, depois de toda essa cultura resolvemos rumar pra beira do rio pra comprar nossas passagens pro passeio de barco. Sim, passeio de barco! Dentre as várias opções, escolhemos ir até Georgetown, em Washington, de barco, e de lá vir embora. Compramos passagens pro barco das 18:30. Eram 17:15, então resolvemos sentar no lounge bar do restaurante que tem na beira do rio, pedir uma garrafa de vinho branco e um tira-gosto de caranguejo, que é super típico de toda essa região.

Restaurantezinho meia-sola hehehe

Passando mal...

Caranguejo com quejo hehehe

Às seis e meia entramos no barco pro passeio. Tava um fim de tarde infinitamente lindo, e apesar de o volume do sistema de som do barco estar tão baixo que não deu pra ouvir nada, foi bem legal. Algumas fotos pra vocês morrerem de inveja:



Avião chegando pra pousar no Ronald Reagan



O obelisco

Lincoln Memorial

Chegando em Georgetown

Washington by night

Descendo do barquinho :)