terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Biblioteca do congresso - o retorno

Eu devia contar pra vocês do passeio que fizemos sábado, pra Mount Vernon. Mas esse é um daqueles posts compridos e cheios de fotos, que demoram tempo pra ficarem legais. Como hoje eu tou cansada, vou me permitir uma certa dose de anacronismo e contar da minha segunda visita à biblioteca, que foi hoje. Até o final da semana eu conto sobre Mount Vernon.

Pois bem. Saímos às oito da manhã, com temperatura de 0ºC e sensação térmica de -3ºC. Hoje, pela primeira vez, consegui passar só um pouquinho de frio e os meus pés não congelaram. Aos poucos tou desenvolvendo as manhas pra lidar com o clima hehehe. (Aliás, preciso escrever um post sobre o frio. Em breve sai, aguardem!) Um shuttle e dois metrôs depois, lá estávamos. O bom é que a biblioteca é quentinha.

Eu tinha deixado dois livros reservados, e pedi mais alguns, que demoraram bastante pra vir. Mas quando vieram, foram entregues na minha mesa. É muito avançado o sistema. Só teve um livro que eu pedi que não tava na prateleira, mas tudo bem, tinha vários outros pra me divertir. Li um monte, e a leitura rendeu um monte de idéias pra tese. Tou numa daquelas épocas em que não consigo desligar a cabeça da tese, muitas idéias pra colocar no papel, muita coisa pra pensar. É bom.

Ficamos trabalhando até meio-dia e meia, aí bateu a fome e saímos pra almoçar. É meio tramposo, tem que deixar os livros na prateleira das reservas, buscar os pertences na chapelaria, atravessar o túnel, mostrar a sacola na saída, sair. Aí quando volta tem que fazer tuuudo de novo: detector de metais, túnel, chapelaria, etc, etc. Sem contar que as regras do que pode ou não entrar na biblioteca mudam a cada meia hora. Explico: no primeiro dia que a gente foi, eu entrei com o computador dentro da capa protetora, pedi os livros, saí pra tomar café. Quando voltei, a moça me barrou e disse que não podia entrar com a capa do computador. Tive que descer de volta na chapelaria e guardar. Hoje foi o baiano: de manhã entrou com a jaqueta de couro, de tarde não podia. Teve que descer na chapelaria e guardar. Vá entender...

Mas onde eu tava mesmo? Ah sim, almoço. Resolvemos, muito astutamente, aproveitar a hora do almoço pra ir ver o prédio do FBI, que fica ali por perto. Caminhamos dez metros e eu já estava arrependida: o frio tava de renguear cusco! Na verdade o problema maior nem é a temperatura baixa, é o vento. Essa terra devia chamar Windland em vez de Maryland! É raro um dia que não esteja ventando, e DC é um pouco pior porque tem o rio (se vocês lembram das fotos que eu já postei, a região da biblioteca, Capitólio, obelisco etc. é praticamente na cara do rio). Vento de Finados é pinto perto do vento daqui. Juro.

Claro, com esse vento todo a gente precisa desenvolver algumas estratégias... 

só o zóinho de fora

Quanto mais a gente andava, mais ventava. Eu, panaca, tinha deixado as luvas dentro da bolsa, achando que ao meio-dia não ia estar tão frio. Ledo engano. Chegou uma hora que a minha mão tava roxa - e olhem que tava dentro do bolso! Além disso, eu tenho os ouvidos de uma criança de quatro anos; a brisa da praia me dá dor de ouvido. Imaginem esse vento! Só a touca não tava sendo suficiente, meu ouvido tava doendo cada vez mais, então tive que apelar:



Sim, eu sei. Fiquei parecendo uma muçulmana. Vou falar um negócio pra vocês, bem de canto: hoje senti inveja da mulherada que usa burca. Aposto que elas não passam dor de ouvido, muito menos ficam com a pele do rosto vermelha, ardida e descascando por causa do vento e do frio.

O FBI não é longe da biblioteca, uns três ou quatro quarteirões dos bem grandes de distância só. Fica bem atrás dos museus Smithsonian (me pergunto por que não fomos lá no verão... rs). A merda é que, como quase tudo nesse país, no caminho entre a biblioteca e o edifício, além de ter o estupendo Capitólio, tem mais trezentos prédios e monumentos e memoriais lindos:


os chafarizes são o memorial da marinha

Arquivo Nacional - sim, é maravilhosamente lindo

J. Edgar Hoover - prédio do FBI. uma porcaria de prédio,
comparado com os que vimos no caminho

é... não vimos nenhum dos nossos personagens favoritos
do FBI, nem nenhum funcionário identificado, nem nada.


Desculpem a má qualidade geral das fotos, mas o frio não tava permitindo muitos enquadramentos... rs. Saímos à cata de um lugar pra almoçar e acabamos caindo num bar temático de esportes (tem muitos aqui nos Estados Unidos), cheio de telões passando reprise de jogos de futebol americano. Pedimos hamburgueres, que estavam muito bons. E a garçonete que nos atendeu era paulista.

Saímos direto pro Starbucks que tinha ali do lado, pra tomar um esquenta-couro antes de encarar a volta pra biblioteca. Valeu a pena, senti bem menos frio. Ficamos na biblioteca estudando até as seis e meia, tempo suficiente pra ver um tiozinho dando migué com uma câmera fotográfica, dê-lhe tirar foto com flash dentro da biblioteca (sendo que é estritamente proibido fotografar lá dentro, com flash ou sem flash). Finalmente, depois de uns vinte flashes, a funcionária foi lá mandar ele parar. Achei bom, tava quase descendo na chapelaria pra buscar a minha câmera e fotografar na cara de pau também. Porque discretamente, com a câmera do computador, eu já tinha fotografado... E as de hoje ficaram bem melhores!


livros!!!!

livros e um pedacinho do segundo andar


De tarde eu tentei sentar de costas pro relógio, pra tirar foto dele. Mas as mesas daquela área tão em restauração, então não deu pra sentar lá e tirar fotos do relogião lindo. Mas tudo bem. Ainda vou lá mais algumas vezes antes de ir embora, quem sabe não dou sorte?

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