sábado, 11 de dezembro de 2010

Mount Vernon

No sábado passado, resolvemos ser machos, encarar o frio matinal e nos tocamos pra Mount Vernon. Mount Vernon é uma propriedade rural imensa na qual morava George Washington, o primeiro presidente americano. Fica na Virginia, bem perto de Alexandria (como vocês devem lembrar, eu já contei pra vocês que Mr. Washington costumava dar uma banda em Alexandria). Mount Vernon também é uma cidadezinha na Virginia, no condado de Fairfax, mas a propriedade Mount Vernon não fica na cidade Mount Vernon, apesar de nós termos passado pela cidade Mount Vernon pra chegar na propriedade Mount Vernon. Sim, é bem confuso.

De todo modo, saímos de casa às sete da manhã, sob um frio inclemente, pegamos um ônibus até o PG Plaza, de lá o metrô e depois mais um metrô. Descemos na última estação da linha amarela, a Huntingon, onde tínhamos que esperar uns bons 40 minutos pelo ônibus que nos levaria, finalmente, até Mount Vernon (a propriedade), passando por Mount Vernon (a cidade). Tava um frio impossível e ficar 40 minutos parados na rua não era uma possibilidade. Saímos a cata de um café ou qualquer outra bebida quente dentro de um ambiente fechado. Felizmente depois de uns poucos passos encontramos um 7-Eleven. O café é uma merda e não tem lugar pra sentar, mas demos uma disfarçada, ficamos olhando os produtos nas prateleiras e ficamos quentinhos até a hora de pegar o ônibus. Olhando os produtos nas prateleiras, descobrimos um negócio pra aquecer as mãos. Funciona assim: são dois saquinhos com algum tipo de reagente químico dentro. A gente pega cada saquinho, sacode pros químicos reagirem, e coloca dentro das luvas. Se parar de funcionar, é só sacudir de novo. Confesso que fiquei curiosa pra tentar, mas resolvi não gastar US$1,99 com isso. 

(Parênteses: eu estava vestindo meia-calça de lã, meia de algodão até o joelho, meia de lã peludinha, calça jeans, tênis, segunda pele, camiseta de gola alta, blusão de lã de gola alta, cachecol e a minha super capa. E touca e luvas, evidentemente. E ainda assim tava frio.)

Bom, no fim das contas quase perdemos o ônibus (hehehe). O bendito dá voltas e mais voltas pela cidade inteira, inclusive passando mais de uma vez pelo mesmo lugar. Quarenta e quatro minutos depois, estávamos desembarcando em Mount Vernon (a propriedade).


a entrada da propriedade


Quinze dólares depois, estávamos no centro de visitantes. Lá dá pra assistir um filminho de 20 minutos sobre como George Washington conheceu a Martha, venceu a Guerra Revolucionária e se tornou presidente. 

tem também o mapa da propriedade (que a gente também
ganha num folhetinho pra não se perder lá dentro)

e uma estátua da família Washington

e vitrais muito bonitos

e uma maquete da casa principal

Depois de ver o filminho (fãs de Fringe: o George Washington do filminho era o Newton!), saímos pra explorar a propriedade. A primeira coisa que a gente viu foram umas tendas armadas imitando os acampamentos na época da guerra. Dentro de um deles, duas tias vestidas a caráter passam o dia inteiro explicando pras pessoas como se fazia chocolate e como se consumia chocolate. No mesmo lugar, estavam o camelo de Natal e o peru do Thanksgiving. O peru do Thanksgiving até dá pra entender, mas o camelo é, digamos, peculiar. Reza a lenda que o Washington mandou trazer um camelo na época do Natal, uma vez, pra "entreter os convidados". 

Aladin, o camelo de natal


eu e o camelo

o peruzão


a casa principal

mais casa principal

panorâmica de parte da propriedade

a casa principal e o bowling green (essa área verde imensa
na frente, ou melhor, atrás, porque essa é a parte de trás
da casa)

Quando o George Washington herdou a propriedade, a casa principal era só a parte do meio e tinha só um andar. Depois ele fez os andares superiores, e mais tarde ele fez as duas alas laterais.

Em volta da casa tem uma série de casinhas que serviam pra uma série de coisas, desde casa pros escravos até ferraria.  

necessity - internacionalmente conhecida
como "casinha"

as casinhas sem aspas, que serviam pra um monte de coisa

essa era pro sal

"spinning room" - onde o Washington se exercitava hehe



vista lateral da casa principal

ferraria

eles tavam demonstrando como fazer pregos

essa árvore, na frente da casa, existe desde o tempo
do Washington

vistinha mais ou menos da varanda

mais uma da vista espetacular




a fachada da casa
Dentro da casa mesmo não pode fotografar nada, mas tivemos a maior sorte: porque é época de Natal, eles tavam deixando a gente visitar a casa toda, inclusive o terceiro andar, que nunca fica aberto ao público.

casinha de defumação


casinha da lavanderia


garagem do Seu Washington

aqui era onde secavam a roupa no verão

a caranga do Washington


Nos arredores da casa tem também uma horta, um jardim, vacas, ovelhas, cabritos, galinhas e tudo o mais que uma fazenda deve ter. Infelizmente, como é inverno, não tem nenhuma florzinha ou verdurinha pra contar a história. 


Indo em direção ao rio, tem o mausoléu original onde a família foi enterrada e o atracadouro, que antigamente servia pros escravos saírem pra pescar e hoje serve pros barcos turísticos atracarem.



indo em direção ao Potomac

atracadouro

"nesta carrocinha George Washington comeu seu
primeiro cachorro-quente" hehehe


Mais adiante, perto do rio, tem mais plantação, bichos e o silo. E também uma trilha pra um passeio no meio da floresta, cheia de placas com informações sobre a flora e a fauna nativa.


um esquilo!

o silo

até os bichos têm uma vista privilegiada... rs

o silo

trilha no meio da floresta

arvorezona caída
Saindo da trilha, fomos até o outro lado da propriedade, onde fica o novo túmulo da família, construído no local designado pelo George Washington.

sempre achei que os obeliscos fossem pro
George e pra Martha, mas não são. são
pra outros membros irrelevantes da família

túmulos do George e da Martha. o resto da família tá
atrás da portinha de ferro

o túmulo por fora

memorial dos escravos, construído em
1983 no local em que presumivelmente
estão enterrados os escravos da família

memorial dos escravos

túmulo simbólico feito em 1929


Percebam que no memorial de 1983 diz "afro-americans" e no de 1929 diz "colored servants". Também é interessante que o Washington tinha quatrocentos mil escravos enquanto estava vivo, mas no testamento ele libertou todos os escravos. Quer dizer, ele viveu no bem-bom, e depois de morto deixou a família se ferrar com os afazeres da propriedade hehehehe. 

Finalmente, voltamos até a tenda do chocolate, porque das 14:30 às 15:00 ia ter distribuição de amostras de chocolate-quente e a gente não queria perder.



tomando chocolate-quente George Washington style.
honestamente? não era muito bom... rs
Por fim, fomos ver o museu. Não tem muita coisa e não pode tirar fotos, mas é legalzinho. A única coisa fotografável lá dentro era uma réplica da casa principal feita de gingerbread.




Depois do museu, passamos na lojinha de presentes. Tinha MUITA coisa, acho que é a maior loja de presentes que eu já vi. Por fim, ficamos um tempinho congelando no ponto de ônibus e iniciamos nossa loooonga jornada de volta pra casa.

Detalhe interessante: pela primeira vez em muitos e muitos dias meus pés não congelaram, graças à meinha de lã que eu tinha comprado na Target. Nem pensei duas vezes: na volta dei uma passadinha na Target e comprei mais duas, e uma delas vai até o joelho. Desde então sou uma pessoa mais feliz e mais quentinha! :)

2 comentários:

Ana Paula disse...

Basta ficar um par de meses fora e a pessoa esquece que no seu torrão natal 99,99% dos ônibus dão voltas e mais voltas pela cidade inteira e passam bilhões de vezes pelos mesmos lugares inúteis...

Leo disse...

ah sim, não tou esquecendo disso! mas pensa num ônibus "de linha" passando quatro vezes na mesma rua numa cidade como Espumoso. é bem pior do que a mesma coisa acontecer em Porto Alegre...