segunda-feira, 19 de julho de 2010

Compras e etc.

Hoje eu acordei com o barulho do caminhão do lixo. Levantei e fui pra janela ver como eles fazem, e é óbvio que é completamente diferente do Brasil. Os containers de lixo (enormes) ficam na rua e aí o caminhão encosta, pega cada container e vira dentro da caçamba. Nenhum ser humano encosta nos resíduos (pelo menos não na hora da coleta) e o processo é bem mais rápido do que os carinhas ficarem correndo atrás do caminhão jogando aquele monte de sacos que se rasgam e sujam tudo em volta. Achei bem bacana.

Fui pra faculdade de carona com a Azadeh, cheguei no meu escritório às dez da manhã e trabalhei direto até às seis e meia da tarde. Levei um sanduíche e algumas nozes pra comer, mas não foi suficiente e no final do dia eu tava morrendo de fome e louca pra comprar logo uns potes plásticos pra poder levar uma comida mais decente.

Felizmente isso foi solucionado hoje mesmo. A Azadeh se ofereceu pra me pegar às seis e meia pra gente ir juntas às compras. Fomos no Prince George Plaza, um shopping no centro de Hyattsville, se eu bem entendi. Paramos num restaurante mexicano pra comer. O refrigerante era de graça pra estudantes e com refil à vontade pra todos os consumidores, como é praxe por aqui (depois esse povo não sabe por que é obeso). A porção era gigante e eu comi só metade, mas aqui ninguém joga comida fora: pedi uma tampa de plástico pro meu prato e trouxe o que sobrou pra casa. Acho isso superbacana, no Brasil se a gente pede pra levar o que sobrou a maioria das pessoas te olha com cara feia e te tira pra morto de fome. Abaixo o desperdício!

Bom, depois de comer fomos às compras. Primeiro fomos no Ross (claro que a primeira coisa que eu pensei foi em Friends). É tipo uma Americanas mas sem a parte de eletroeletrônicos. A bagunça também é a mesma, loja bem povão mesmo, mas como tudo é bem barato vale a pena. Comprei uma frigideira com tampa e uma panela, uma tigelinha, um travesseiro, dois potes plásticos (um deles tem um esquema na tampa que a gente põe no freezer e ele vira um pote refrigerado) e um cabide interessante para o Feng Shui do meu minúsculo closet. Tentei comprar uma caneca, mas não tava cadastrada e as outras eram muito feias, aí desisti. A Azadeh comprou uma cortina pro nosso box (que na verdade é uma banheira) e provou um sapato vermelho (eu tava com o meu sapato vermelho e ela se empolgou). Enquanto a gente esperava na fila fiquei dando uma olhada nas roupas. Tudo muito barato, mas de péssimo gosto e qualidade. Agora entendo melhor por que as mulheres aqui se vestem tão mal (vide o meu querido Esquadrão da Moda). Tinha também camisetas da Nike e da Calvin Klein, que no Brasil custam os tubos, por preço de Hering. Isso eu achei que valia a pena, porque pelo menos é de qualidade. Mas como não preciso de roupas e ainda não recebi um tostão sequer da CAPES, nem fiquei olhando muito.

Depois fomos na Target e eu a-do-rei! Mais limpa, mais organizada e mais com cara de supermercado, apesar de ter coisas pra casa e roupas e tudo o mais. Lá comprei um prato grande e um pequeno, água, coca-cola (uma nota sobre refrigerantes: aqui não tem pra vender uma unidade, tipo uma lata ou uma pet; são fardinhos de dez, doze, etc. Comprei doze coquinhas acho que de 355ml, a garrafinha é um amor), xampu, lixa de pé e removedor de esmalte. Na parte de esmaltes ficamos uma meia hora vendo todas as mil coisas que existem por aqui. Vocês não têm idéia da quantidade de produtos fantásticos, dá vontade de comprar tudo: bastão corretor de falhas no esmalte, pra quem se borra toda pra pintar a unha como eu e não consegue usar o palito; caneta pra fazer francesinha; todo tipo de fortalecedor de unhas; unhas postiças de todos os tipos (tou louca pra comprar umas pra testar); película protetora pra quando não dá tempo de fazer a unha (uns adesivinhos cor da pele que a gente cola na unha pra parecer que tá feita) e tudo mais que vocês possam imaginar. Aqueles super mega master blaster trequinhos elétricos com várias pontas diferentes pra lixar e polir a unha, aqui tem por US$7 (já sei que a mãe vai querer um, porque o da Polishop custa R$150). Chegamos em casa mais de nove da noite e completamente exaustas. Mas super valeu a pena, pelas compras e pela companhia.

Só não comprei talheres, porque não vende avulso em lugar nenhum. A Azadeh disse pra eu não me preocupar e usar os dela, então menos mal. E esqueci de olhar uma caneca na Target, mas outra hora dessas eu compro. Por enquanto tou me virando com meu super copo térmico da Starbucks®, mas não dá pra colocar no microondas e botar leite frio no café é um hábito que eu não vou desenvolver.

Ah! Enquanto eu tava esperando a Azadeh passar pra me buscar eu vi um esquilinho subindo numa árvore. É muito legal! Acho que eu nunca vou conseguir incorporá-los como parte do meu cotidiano, pra mim vai ser sempre um bichinho exótico que eu quero correr atrás. Mas hoje eu também vi um esticadinho de morto e quase morri de dó. Também vi um cara com nenhuma cara de brasileiro usando uma camiseta do Flamengo no campus. Foi estranho me deparar com uma coisa tão brasileira tão longe de casa. Mais estranho que isso só se fosse alguém com uma camiseta do Grêmio, mas do jeito que anda o nosso time acho pouco provável que isso aconteça. Mesmo o nosso goleiro sendo gente boa.

Um comentário:

Vida disse...

Duas coisas a cmentar: nunca tive uma frigideira com tampa. Isto inclusive ra motivo de piadunha quado as pessoas diziamque toda panela tem sua tama. :p

Outra muitíssimo importante: se sobrar espaço em sua mala na volta, compra tuuuuudo de novidade de esmaltes que te pago. E pago o frete de Sampa p cá. Fica mais barato do que eu ir aí. hehehehe