Buenas, como eu ia dizendo, ontem de noite eu desmaiei na cama às nove e meia. Botei o despertador pras 8. Lá pelas tantas acordei com uma claridade no quarto, me assustei, achei que tinha perdido a hora. Olhei no relógio, seis da manhã. Abri a cortina, tava dia claro. Olhei no outro relógio, eram seis da manhã mesmo. Voltei a dormir.
Acordei às oito, me arrumei, a Azadeh acordou também, me ofereceu um copo de leite de soja sabor baunilha, tomei e até que não achei tão horroroso. Saímos. Ela me levou pelo campus, paramos pra abastecer e ela me contou que lá no país dela encher o tanque do carro custa 4 dólares. Também gasolina é a única coisa barata no oriente médio, segundo ela, mas me impressionei mesmo assim. Será que um tanque de gasolina vai custar 8 pilas quando o pré-sal sair do papel e virarmos auto-suficientes em petróleo? Duvido!
Passamos pelo centro de College Park. São duas ou três quadras com algumas lojas, serviços e restaurantes. E acabou. O centro fica na Baltimore Avenue, que na verdade é uma parte da Route 1, uma mega estrada que vai da Flórida até o Canadá. Tudo aqui é de tijolinho escuro, inclusive a universidade, é muito bonitinho. Hoje saí sem a câmera porque tinha que carregar outras coisas, mas em breve tiro fotos de tudo e posto aqui pra vocês verem. Entramos na universidade, fizemos um tour pelo campus, paramos pra um café e fomos catar o meu prédio. Fica super perto do centro, bem fácil de chegar. Entrei e fui à cata do departamento de lingüística. Cheguei lá e estavam duas alunas, uma funcionária do departamento e duas pessoas da manutenção fazendo um pequeno estardalhaço. Me apresentei e uma das alunas falou que era um dia peculiar pra chegar, e explicou que a gritaria é porque alguém do departamento encomendou minhocas, que chegaram pelo correio ao departamento; só que a pessoa que fez a encomenda está no Canadá e as minhocas começaram a sair de dentro da caixa e se espalharam pelo chão inteiro. Ri muito vendo as minhocas se espalhando pelo carpete e os funcionários com aspiradores tentando recolher tudo. Perguntei se as minhocas eram pra alguma pesquisa lingüística e todo mundo estourou a rir.
Aí a funcionária achou lá o meu processo, me deu um monte de informações úteis: o número do meu seguro social temporário que me deram sem nem eu precisar pedir, a chave do meu escritório, um escaninho, orientações pra me apresentar na IES, como fazer meu e-mail institucional (sim, vou ter um e-mail da universidade!) e me mandou fazer minha identidade de aluna num outro prédio ali perto. Lá fui eu achando que ia demorar semanas pra ficar pronta, como é no Brasil. Que nada! Ficou pronta na hora. Saí bem feliz e fui direto no banco abrir uma conta, o que aconteceu em dez minutos, sem a menor burocracia - e ainda ganhei uma camiseta. Almocei no Stamp Student Union, que é um prédio de convívio dos estudantes: tem praça de alimentação, banco, lojas com produtos da universidade, cinema e mais um monte de coisa. Comi uma salada de frango e saí de volta pro departamento pra ver se eu conseguia escanear uma papelada. Claro que eu consegui, em cinco minutos tava tudo no meu e-mail.
Depois fui pro centro comprar umas coisas na farmácia. As farmácias aqui não são como no Brasil. Numa farmácia aqui a gente compra bebidas, comidas, utilidades domésticas, maquiagem, ferramentas e... remédios, sim, claro. É tudo bem diferente, a maioria dos remédios tá nas gôndolas e a gente mesmo pega. Não tinha muita coisa de comida (a farmácia de Seattle tinha muito mais opções) e eu achei meio caro, aí comprei pó de café, uma água, um biscoito doce e um salgado, um saquinho com nozes e um com amêndoas pra levar de lanche pra universidade, umas prateleiras de pano pra botar no meu closet, lenços umedecidos pra tirar maquiagem, um sabonete líquido pra pia e um treco pra aliviar coceira de picadas de insetos (por prevenção). Não tinha leite, nem pão e frios, nem filtro de café, nem saladas e frutas. Uma hora dessas vou escrever só sobre o tipo de produtos bizarros que a gente acha por aqui, mas por ora, só pra vocês imaginarem o nível da coisa, tem até cartão de crédito pré-pago da Visa pra vender por aqui.
Paguei e voltei até o Stamp Student Union a pé pra pegar o shuttle pra casa (a essas alturas, depois de me perder um pouquinho de manhã, eu já tava craque em andar por ali). Me perdi um pouco várias vezes antes de pegar o mapa da universidade lá no Stamp, mas foi bom porque já aprendi um monte sobre o campus. Aqui todos os prédios são enormes, imponentes e tem nomes. O meu prédio, por exemplo, é o Marie Mount Hall. Tem o Skinner Building, o Lee Building, Mitchell Building, Benjamin Building, Shoemaker Building... Outros têm escrito na frente o nome do curso: Physics, Geology, etc. É bem diferente da maioria das universidades brasileiras que eu conheço, que não têm nome nem identificação nos prédios. E, claro, aqui todos os prédios e ônibus têm ar-condicionado - inclusive a minha casa. O que foi um alívio, porque fez 35ºC aqui hoje. Ou 90ºF, se quiserem. Ainda tenho que me acostumar com todas essas unidades de medida diferentes daqui. Mas isso é assunto pra um próximo post.
3 comentários:
Oi Léo!
Li teus posts, inclusive p/gurizada aqui em casa. Diver pacas!
Só uma pergunta ficou: O que diabos é um "shuttle"???
Keep posting!
Mas a gente já não É auto-suficiente em petróleo??? rs
Elisa: um shuttle é é um ônibus "especial" que circula pelo campus e arredores e só transporta o povo da universidade. é de graça e tem que mostrar a ID da universidade pra entrar. e tem ar-condicionado!
Clark: dizem...
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